Fossem milhões os sentidos, biliões os rostos, triliões as pobres almas deste mundo. Fossem infinitos os gestos de carinho, de atenção, as palavras de amor escritas no vento que nos leva. Fossem os tempos contados, os dias revisitados, as histórias relidas, os abraços revividos, as palavras insubmissas e os sorrisos resguardados. Fossem as cores reflexo, fossem vãos os sermões e as belas palavras, o teu amor um suspiro, um tocante sussurrar de melodias ao meu ouvido, um olhar que me prende, o centro de um novo mundo: protege, aplaca, faz-me sorrir.
Fosse tudo isto a verdade e o mais que não se diz e o menos que não se cala, todas as palavras ditas e todas as que não disse, tudo aquilo que senti, e tudo aquilo que ficou por sentir, mesmo assim, acho que fica sempre algo (um quase tudo essencial) por dizer. E é neste défice de palavras que ficam por dizer que sinto poder dar-te a minha mão e soletrar, com a força incomensurável de algo que bate infinitamente dentro de mim, um conjunto de cinco letras insubstituíveis, tão belas, tão fortes, e mesmo assim, tão pequenas comparadas com aquilo que representas para mim: Amo-te mãe!
Parabéns.
sábado, 28 de fevereiro de 2009
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
This is the time of my life
O ser humano dá demasiada importância à probabilidade dos acontecimentos, quando 90% deles são improváveis.
Troco o comboio da vida, aquele que me leva a percorrer a superfície da terra, por uma canoa, porque já que o meu destino é tão incerto, que ele seja incerto num lugar tão perfeito como o mar. Vou cruzar o mar atrás de uma explicação, atrás da verdade, atrás da minha felicidade, enfrentar tempestades e aproveitar tão bem os dias de sol que agora chegam. E porque no mar não existem curvas nem sinais, e as suas leis são bem mais simples de se entender, acabo agora por perceber que o temporal é inevitável. Tiro então as roupas para o receber, e com toda a minha força vou remar, atravessá-lo de cabeça erguida e gritar pela minha felicidade, por mim,por ti, sentir a chuva bater na minha cara, as ondas rebentarem por cima de mim. Sentir o frio do vento, o calor do meu corpo que se esforça por sair dali... Porque sei que no final acabo sempre (sempre!) por chegar a bom porto. Acordar e olhar para o céu, ver o teu sorriso nas nuvens que dão sombra para sonhar. Avança temporal! E que venham os dias de sol, que continuem a alimentar os meus sonhos e a minha sede de viver.
O ser humano dá demasiada importância à probabilidade dos acontecimentos, quando 90% deles são improváveis.
Troco o comboio da vida, aquele que me leva a percorrer a superfície da terra, por uma canoa, porque já que o meu destino é tão incerto, que ele seja incerto num lugar tão perfeito como o mar. Vou cruzar o mar atrás de uma explicação, atrás da verdade, atrás da minha felicidade, enfrentar tempestades e aproveitar tão bem os dias de sol que agora chegam. E porque no mar não existem curvas nem sinais, e as suas leis são bem mais simples de se entender, acabo agora por perceber que o temporal é inevitável. Tiro então as roupas para o receber, e com toda a minha força vou remar, atravessá-lo de cabeça erguida e gritar pela minha felicidade, por mim,
domingo, 22 de fevereiro de 2009
Coisas complexas...
Why only you matter to me in my life? You're my sun and you have blinded me
No alto da falésia avisto o por do sol… Como ele descende sobre as águas do oceano. Uff, e como estou cansado! Já caminho há bastantes (dias, horas?)… Ou serão meses? Perdi a noção do tempo… Aliás, o tempo não sabe nada, o tempo não tem razão e eu chego a pensar que também a perdi. Pura e simplesmente agarro-me à hora que o destino marcou, ao tempo que não passou e em que escrevemos no espaço palavras de amor que nunca esquecerei, porque apesar do cruzamento do sonho com a realidade ter acabado, continuo à espera que um dia me voltes a trazer o mesmo sonho, ou pelo menos, parte dele. Agora e na frente do sol que se põe… Rasgo o presente colorindo-o com as cores do dia de ontem, na esperança verde de tão belos olhos…Mas chega. Vamos (mais uma vez) fingir que tudo está bem e que tudo esquecemos. Mais uns passos adiante por esta estrada que teima em não mudar de rumo. Trago sacos pesados nas minhas costas, responsabilidades pessoais, responsabilidades com os outros, trago vitórias e fracassos, trago vivências e oportunidades perdidas, trago sorrisos e lágrimas, trago 19 anos de fortes vivências, das quais: tu, a mais forte. Por vezes paro a meio do caminho e abro o saco, de onde dou prioridade às tuas coisas. Retiro-as, revejo-as, injectando em mim uma mistura de saudade, melancolia, desejo, paixão. Elas enaltecem o que há de melhor em mim, aquilo que ainda bate por dentro. Há momentos em que parece que tudo esqueci, que o caminho é outro, que eu sou outro. Nem tento dar-te importância, pois sabe tão bem não estar “colado” a ti naquele momento. Mas tudo não passa de (mais uma) ilusão. Na verdade algo me distraiu de ti por instantes, mas tu acabas sempre por voltar. Sempre! E já passaram cinco meses sobre tudo o que aconteceu, mas, sublinho, o tempo não sabe nada, o tempo não tem razão e eu não vou desistir, porque enquanto houver estrada para andar, eu vou continuar, contigo ou sem ti. No entanto, e mesmo que me tenhas ensinado a esperar por ti numa noite triste, eu ensinei-te, para além da loucura e da paixão, a não esquecer que o meu amor por ti existe e sempre vai existir (ridículo não é?).
Passar uma história para o passado não é fácil, seguir em frente também não. Principalmente quando basta apenas um sorriso teu para mexer comigo, uma pequena palavra, um "olá", um "até amanhã" para estragar tudo... Não é simples, nada é simples; é demasiado complexo para ambos entendermos.
(sem inspiração; apenas um desabafo do momento)
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009
“Quem sou eu e como acabará esta história?”
Nicholas Sparks, in O Diário da Nossa paixão
Nicholas Sparks, in O Diário da Nossa paixão
Imagem: DeviantART®
O céu já se levantou e aproximo-me junto à porta de trás do comboio, porta de vidro que se embaciou com o bafo de uma vida passada. E olho para trás, vendo tudo aquilo que já passou por mim; o que não vejo já está tão longe que me esqueci. Vejo tudo o que vivi, tudo o que não vivi (oportunidades perdidas), porém também muitas oportunidades que agarrei com toda a força das minhas mãos, da minha convicção… É impressionante o poder que as oportunidades perdidas têm sobre nós, a forma como, quando as relembramos, nos fazem sentir remorsos. A vida é feita de oportunidades, mesmo aquelas que perdemos. Porém, são mesmo essas as que mais nos fazem aquelas pequeninas “dores de barriga”. Oh como pude deixar escapar? Fecho os olhos por momentos e depois viro costas à vista traseira, que tantas recordações me traz, voltando a olhar a carruagem de frente, e todas as pessoas que ainda fazem parte dela.
A minha vida não tem sido o percurso naturalmente esplêndido que eu quereria que fosse; mas foi certamente melhor do que aquilo que eu imaginava, o que vai dar, até agora, um saldo muito positivo. Calculo que tenha acabado por se parecer com o tempo que está lá fora: períodos honestamente estáveis, seguidos de tempestades, ou então de um magnífico período iluminado por fortes raios de sol, por vezes períodos de céu nublado com algumas abertas, dia sim, dia não (e é assim que agora o tempo se apresenta!). Tem sido um bom presente, já que nem toda a gente se pode gabar do mesmo; tem gente por aí que tem mesmo razão em lamentar a sua vida (e alguns que não lamentam, é de louvar!).
Percorro as janelas da minha carruagem, ao passo que vou relembrando a minha vida, ao passo que vou vivenciando novas paisagens. Passámos agora por uma nova estação, de onde entraram novas pessoas e saíram outras. Saiu uma pessoa que eu conhecia… Mais que isso, provavelmente. E apenas digo provavelmente, porque nunca sei ao certo a razão pela qual uma pessoa sai da minha vida, por mais que pense que tenha sido importante para ela, por mais que essa pessoa tenha sido importante para mim. Por vezes é uma grande mentira… Mas o que é a mentira, se ao certo não sabemos qual é a verdade...? E "ontem" saiu uma outra pessoa que me era importante. Saiu sem dizer nada, e a última palavra foi minha. Então sinto a tua falta, mas não sinto aquele friozinho na barriga, porque quem perdeu a oportunidade foste tu. Ou talvez simplesmente tenhas agarrado outra. Mas eu não perdi a minha, quando me a deram. Já lá vai um ano, e sempre que passo por aquela estação sinto saudades tuas;cada vez menos.
Ontem, hoje, amanhã… Sairão sempre pessoas da nossa vida, seguem por caminhos diferentes, saem da nossa carruagem, para outra, ou então mesmo para outro comboio; nunca mais as veremos. A primeira pessoa que saiu, naquela velha estação, eras tu avô. E saíste antes de te conhecer. Depois os meus dois bisavós. Eu era pequeno e felizmente não me lembro de praticamente nada; paisagens tão distantes que já não se encontram ao alcance da minha vista.
Mas hoje está uma outra pessoa a sair da minha vida, hoje e certamente que amanhã sairá uma outra. Mas quem serão desta vez? Quem sabe não ganho coragem de enfrentar as respostas que vou ouvir e vá perguntar a cada uma das pessoas que ainda se encontram na minha carruagem qual delas quererá sair na próxima estação… E por hipótese, só por hipótese, talvez me consiga preparar psicologicamente para isso.
A minha vida não tem sido o percurso naturalmente esplêndido que eu quereria que fosse; mas foi certamente melhor do que aquilo que eu imaginava, o que vai dar, até agora, um saldo muito positivo. Calculo que tenha acabado por se parecer com o tempo que está lá fora: períodos honestamente estáveis, seguidos de tempestades, ou então de um magnífico período iluminado por fortes raios de sol, por vezes períodos de céu nublado com algumas abertas, dia sim, dia não (e é assim que agora o tempo se apresenta!). Tem sido um bom presente, já que nem toda a gente se pode gabar do mesmo; tem gente por aí que tem mesmo razão em lamentar a sua vida (e alguns que não lamentam, é de louvar!).
Percorro as janelas da minha carruagem, ao passo que vou relembrando a minha vida, ao passo que vou vivenciando novas paisagens. Passámos agora por uma nova estação, de onde entraram novas pessoas e saíram outras. Saiu uma pessoa que eu conhecia… Mais que isso, provavelmente. E apenas digo provavelmente, porque nunca sei ao certo a razão pela qual uma pessoa sai da minha vida, por mais que pense que tenha sido importante para ela, por mais que essa pessoa tenha sido importante para mim. Por vezes é uma grande mentira… Mas o que é a mentira, se ao certo não sabemos qual é a verdade...? E "ontem" saiu uma outra pessoa que me era importante. Saiu sem dizer nada, e a última palavra foi minha. Então sinto a tua falta, mas não sinto aquele friozinho na barriga, porque quem perdeu a oportunidade foste tu. Ou talvez simplesmente tenhas agarrado outra. Mas eu não perdi a minha, quando me a deram. Já lá vai um ano, e sempre que passo por aquela estação sinto saudades tuas;
Ontem, hoje, amanhã… Sairão sempre pessoas da nossa vida, seguem por caminhos diferentes, saem da nossa carruagem, para outra, ou então mesmo para outro comboio;
Mas hoje está uma outra pessoa a sair da minha vida, hoje e certamente que amanhã sairá uma outra. Mas quem serão desta vez? Quem sabe não ganho coragem de enfrentar as respostas que vou ouvir e vá perguntar a cada uma das pessoas que ainda se encontram na minha carruagem qual delas quererá sair na próxima estação… E por hipótese, só por hipótese, talvez me consiga preparar psicologicamente para isso.
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
can I wish for...?
"E uma vez lançada, a palavra voa irrevogável."
Horácio
Horácio
tenho uma constelação… e há dois dias atrás voltei a dirigir-me a ela, a sós. baixinho, para que não ouvisses (porque talvez me pedisses para não o dizer), murmurei que te amo. e, de lágrima no canto do olho, pedi às estrelas que nunca te levassem de perto de mim.
(porque já dormes e não te quero acordar, deixo aqui um beijo de boa noite. e obrigado por seres uma das razões do meu Grande sorriso)
sábado, 14 de fevereiro de 2009
Partida...
"Segue o teu destino... Rega as tuas plantas; Ama as tuas rosas. O resto é a sombra de árvores alheias"
Fernando Pessoa
Fernando Pessoa
Estou de partida, sem destino.
Vou acordar ao som da agitação matinal de Londres, levantar-me e ao abrir a porta de acesso à varanda, poder contemplar a paisagem sobre o Tamisa. Vou comer dezenas de chocolates, passar o dia todo no Harrod’s, e uns tantos outros no Hyde Park; ver os pássaros voar por cima de todas aquelas árvores e poder apreciar casais de velhotes a passear, cujo casamento sobreviveu anos e anos e provavelmente continuará a sobreviver até ao fim dos seus dias. Quero lá saber se existe gente a morrer ou se há problemas noutro qualquer lado do mundo. Vou ser egoísta por um pouco, tocar nos sonhos, tocar no céu…
Vou saborear um capuccino todas as manhãs no Café Di Roma em frente ao Coliseu, fazer a travessia de comboio pela Itália, voltar a Veneza e correr atrás dos pombos na Piazza Di San Marcos, andar de Gôndola e sonhar que um dia estarás lá ao meu lado… Trilhar por três dias e três noites o caminho Inca e chegar à triunfal Machu Pichu, e escalar os Himalaias em direcção ao misterioso Tibete… Vou mesmo escrever estas linhas sabendo que posso concretizar os meus sonhos, saborear cada letra, cada palavra, transformando simples pensamentos em objectivos concretos. “A vida é o que queremos fazer dela”, um dia alguém me disse…
Estou de partida. Vou ser feliz à minha maneira, afastar por tempo indeterminado os problemas que eu crio na minha vida. Corrigir a complexidade do meu ser e entregar-me aos prazeres da incerteza do que me trará o dia de amanhã, deitar fora o relógio, o telemóvel e todos os objectos que me impeçam de ficar comigo mesmo. Pego no I-pod, meu fiel companheiro, numa mochila e parto em busca dos meus sonhos. Ser feliz da maneira que sempre quis! Talvez… capaz de amar em Nova Iorque. Porque é lá que te encontrarei um dia.
(Sabes uma coisa? Txii)
(e um dia faço mesmo esta viagem, está prometido!)
Vou acordar ao som da agitação matinal de Londres, levantar-me e ao abrir a porta de acesso à varanda, poder contemplar a paisagem sobre o Tamisa. Vou comer dezenas de chocolates, passar o dia todo no Harrod’s, e uns tantos outros no Hyde Park; ver os pássaros voar por cima de todas aquelas árvores e poder apreciar casais de velhotes a passear, cujo casamento sobreviveu anos e anos e provavelmente continuará a sobreviver até ao fim dos seus dias. Quero lá saber se existe gente a morrer ou se há problemas noutro qualquer lado do mundo. Vou ser egoísta por um pouco, tocar nos sonhos, tocar no céu…
Vou saborear um capuccino todas as manhãs no Café Di Roma em frente ao Coliseu, fazer a travessia de comboio pela Itália, voltar a Veneza e correr atrás dos pombos na Piazza Di San Marcos, andar de Gôndola e sonhar que um dia estarás lá ao meu lado… Trilhar por três dias e três noites o caminho Inca e chegar à triunfal Machu Pichu, e escalar os Himalaias em direcção ao misterioso Tibete… Vou mesmo escrever estas linhas sabendo que posso concretizar os meus sonhos, saborear cada letra, cada palavra, transformando simples pensamentos em objectivos concretos. “A vida é o que queremos fazer dela”, um dia alguém me disse…
Estou de partida. Vou ser feliz à minha maneira, afastar por tempo indeterminado os problemas que eu crio na minha vida. Corrigir a complexidade do meu ser e entregar-me aos prazeres da incerteza do que me trará o dia de amanhã, deitar fora o relógio, o telemóvel e todos os objectos que me impeçam de ficar comigo mesmo. Pego no I-pod, meu fiel companheiro, numa mochila e parto em busca dos meus sonhos. Ser feliz da maneira que sempre quis! Talvez… capaz de amar em Nova Iorque. Porque é lá que te encontrarei um dia.
(Sabes uma coisa? Txii)
(e um dia faço mesmo esta viagem, está prometido!)
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
Estava calor, o rádio emitia sons estranhos numa qualquer frequência que desconhecia. Na verdade, não prestava muita atenção. Estava calor... A minha cabeça não estava disposta a elaborar teorias complicadas sobre o porquê do rádio não estar a tocar, nem o porque de o velhote do café da frente estar tão confortavelmente sentado a dormir ao sol, por baixo daquele calor infernal. Aliás, tudo me pareciam teorias complicadas naquele momento e tudo me incomodava, porque todos os estímulos requeriam a minha atenção, e eu não era capaz de a dar, percebes? E foi no meio de todo aquele envolvimento que dei por mim a dissolver-me em pensamentos, e a sonhar acordado. Teria sido certamente o excesso de calor. Enquanto eu derretia por fora, me desfazia em água no chão quente de minha casa, por dentro o mesmo acontecia... Mas sabes, eu sou daquelas pessoas que pensa: "como é bom o Verão"; aqueles dias tão coloridos, aquelas noites tão quentes, as brincadeiras, a convivência... Sei que cada um pinta o quadro das cores que quer, mas porra, estou farto de chuva, de chegar a casa gelado, com os pés e as mãos em gelo, e a roupa encharcada em água...
Olha, fazias-me o favor de voltar? Sim, tu calor, tu, a frequência estranha de rádio, o velhote a dormir ao sol, o sol a bater na minha cara. Quero voltar a "derreter"...
Oh como sinto a tua falta... calor...!
Olha, fazias-me o favor de voltar? Sim, tu calor, tu, a frequência estranha de rádio, o velhote a dormir ao sol, o sol a bater na minha cara. Quero voltar a "derreter"...
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
A chave...
"nós somos perguntas, não somos respostas. e quando descobrimos as respostas, mudam as perguntas..."
António Lobo Antunes
eu sabia que não conseguias. foste buscar de novo a chave, voltaste a rever as fotos, a ver tudo de novo? - sim. - e vais seguir em frente, mesmo que isso signifique a tua auto-destruição? - vou. - e porquê? - sabes bem que não sei porquê. - não sabes porque não queres saber - como as coisas mudam... - nada é eterno. - por essa perspectiva, esta situação também não é eterna... - resta saber quanto tempo queres que ela dure. - o tempo que for necessário até perder, ou vencer - a vida não é um jogo, e a tua felicidade depende de decisões feitas na hora certa. e esta é a hora certa. - é a hora certa porquê? - e se estiveres a perder tempo demais com coisas insignificantes? - chama-lhe coisas insignificantes... - cada um dá a importância que acha que deve dar àquilo que faz da sua vida. se para ti é importante, força. - não tenho mais nada a perder, acho que já perdi o que me era mais importante. - podes perder outras "coisas" igualmente importantes. - então vê por outra perspectiva. a lua, a terra e todos os outros nove planetas constituem por si o sistema solar; mas que seria deles sem o sol? - há outras estrelas... - mas longes e impotentes para todos aqueles planetas, não é? o sol não se pode apagar, senão os outros planetas correm o risco de "morrer". agora aplica isto a mim. - precisas mesmo de tudo isto...? - oh se preciso! como preciso... - e não consegues mesmo esconder aquilo que sentes... - aquele olhar conquistou-me, vai ser impossível esquecer tão verdes olhos... esconder? não... apetece-me gritar aquilo que sinto, não esconder... não mesmo.
António Lobo Antunes
eu sabia que não conseguias. foste buscar de novo a chave, voltaste a rever as fotos, a ver tudo de novo? - sim. - e vais seguir em frente, mesmo que isso signifique a tua auto-destruição? - vou. - e porquê? - sabes bem que não sei porquê. - não sabes porque não queres saber - como as coisas mudam... - nada é eterno. - por essa perspectiva, esta situação também não é eterna... - resta saber quanto tempo queres que ela dure. - o tempo que for necessário até perder, ou vencer - a vida não é um jogo, e a tua felicidade depende de decisões feitas na hora certa. e esta é a hora certa. - é a hora certa porquê? - e se estiveres a perder tempo demais com coisas insignificantes? - chama-lhe coisas insignificantes... - cada um dá a importância que acha que deve dar àquilo que faz da sua vida. se para ti é importante, força. - não tenho mais nada a perder, acho que já perdi o que me era mais importante. - podes perder outras "coisas" igualmente importantes. - então vê por outra perspectiva. a lua, a terra e todos os outros nove planetas constituem por si o sistema solar; mas que seria deles sem o sol? - há outras estrelas... - mas longes e impotentes para todos aqueles planetas, não é? o sol não se pode apagar, senão os outros planetas correm o risco de "morrer". agora aplica isto a mim. - precisas mesmo de tudo isto...? - oh se preciso! como preciso... - e não consegues mesmo esconder aquilo que sentes... - aquele olhar conquistou-me, vai ser impossível esquecer tão verdes olhos... esconder? não... apetece-me gritar aquilo que sinto, não esconder... não mesmo.
sábado, 7 de fevereiro de 2009
Fragmentos
"As quatro coisas que não voltam para trás: A pedra atirada, a palavra dita, a ocasião perdida, e o tempo passado."
sentado no vazio, levavas as mãos à cara e olhavas o teu reflexo esbatido no espelho… eras hoje uma sombra daqueles dias de glória, uma parte do que já foste e já não eras. tinhas rugas criadas pelo sofrimento. fragmentos, era tudo o que restava, fragmentos de ti, manchados por tristeza e melancolia. Foi quando foste buscar o álbum de fotos… ligaste a televisão e te sentaste no sofá. levaste-te a percorrer as memórias de um passado que ficou lá bem atrás, olhando atentamente retratos empoeirados de dias felizes, de sorrisos voluntários, de um gracioso estado de espírito que desconhecia o que era sorrir forçadamente para manter as aparências… mas o reinado da eterna felicidade acabou. quem mais jura mais mente não é? e os sorrisos que juram ser eternos são os mais falsos. pois é! iludem-nos e fazem-nos acreditar que aquele precioso momento, aquele feliz instante inexplicável sei lá eu como, vai durar a vida toda.
“basta!”, disseste naquele momento. ahaha! como se o que dissesses fosse sentido. já não tinhas forças para lutar contra aquilo que querias e sentias, dissesses o que dissesses. quando bebeste um gole de água e pousaste o copo, ficando a olhar para a janela, eu percebi que tinhas vontade de desaparecer, de sair dali… talvez mesmo de fugir de ti. e naquele instante, lá fora parou de chover. era o momento ideal, o sol tinha voltado, ainda que por meros instantes. e eu sabia que tu ainda sabias aproveitar os raios de sol que te chegavam, mesmo que tivesses consciência de que não os terias o dia inteiro.
desligaste a televisão e, ao fechar os álbuns de fotografias, deixaste cair uma lágrima numa das fotos. a mancha ficaria lá para sempre para talvez um dia alguém reparar nela… fechaste o álbum e guardaste-o numa caixa, fechando essa mesma caixa num armário, o qual fechaste também à chave. embora estivesses determinado a fechar para sempre algo que te incomodava, sabias que não conseguias. e por isso não deitaste a chave fora. guardaste-a… e num sítio onde saberias que ela sempre lá estaria.
estavas pronto… no auge da motivação, calaste os teus pensamentos e os teus sentimentos. tinhas decidido aprender com o tempo, e querias ser tão frio como o frio que estava lá fora. vestiste um casaco, abriste a porta e saíste de casa. Como saíste!
e agora vai em frente, corre, porque a vida não espera por ti. ;)
(Somos tão parecidos)
“basta!”, disseste naquele momento. ahaha! como se o que dissesses fosse sentido. já não tinhas forças para lutar contra aquilo que querias e sentias, dissesses o que dissesses. quando bebeste um gole de água e pousaste o copo, ficando a olhar para a janela, eu percebi que tinhas vontade de desaparecer, de sair dali… talvez mesmo de fugir de ti. e naquele instante, lá fora parou de chover. era o momento ideal, o sol tinha voltado, ainda que por meros instantes. e eu sabia que tu ainda sabias aproveitar os raios de sol que te chegavam, mesmo que tivesses consciência de que não os terias o dia inteiro.
desligaste a televisão e, ao fechar os álbuns de fotografias, deixaste cair uma lágrima numa das fotos. a mancha ficaria lá para sempre para talvez um dia alguém reparar nela… fechaste o álbum e guardaste-o numa caixa, fechando essa mesma caixa num armário, o qual fechaste também à chave. embora estivesses determinado a fechar para sempre algo que te incomodava, sabias que não conseguias. e por isso não deitaste a chave fora. guardaste-a… e num sítio onde saberias que ela sempre lá estaria.
estavas pronto… no auge da motivação, calaste os teus pensamentos e os teus sentimentos. tinhas decidido aprender com o tempo, e querias ser tão frio como o frio que estava lá fora. vestiste um casaco, abriste a porta e saíste de casa. Como saíste!
e agora vai em frente, corre, porque a vida não espera por ti. ;)
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009
Rascunhos
"Na raiz de quase todas as misérias materiais e, sobretudo, morais, está uma falta de amor, uma fome de afeição que não foi satisfeita." Georges Arnold
"Na raiz de quase todas as misérias materiais e, sobretudo, morais, está uma falta de amor, uma fome de afeição que não foi satisfeita." Georges Arnold
"A palavra amo-te não chega para descrever o que sinto por ti. Amo-te mais que ontem e muito menos que amanhã S2". (14.09.2008)
O passado continua cravado em mim, sou incapaz de ver o dia de hoje como algo independente do dia de ontem, vejo que o tempo passou, mas parece que nada mudou do meu lado. Talvez eu veja mesmo as coisas de um modo diferente. Talvez eu viva mesmo num outro lado, num outro mundo, e não compreenda a verdadeira realidade. Uma mão cheia de "talvez" e de "?" é só o que me resta. "Tenho saudades de te ver, vontade de te abraçar. Sozinho, tocando uma guitarra junto ao mar, recordo-me de ti."
"Porque tu és tu, Afonso..." (17.01.2009)
Why am I feeling if I were nothing? Nothing in this world, for me, to you, for everybody...
(coisas que estavam há algum tempo a precisar sair...)
O passado continua cravado em mim, sou incapaz de ver o dia de hoje como algo independente do dia de ontem, vejo que o tempo passou, mas parece que nada mudou do meu lado. Talvez eu veja mesmo as coisas de um modo diferente. Talvez eu viva mesmo num outro lado, num outro mundo, e não compreenda a verdadeira realidade. Uma mão cheia de "talvez" e de "?" é só o que me resta. "Tenho saudades de te ver, vontade de te abraçar. Sozinho, tocando uma guitarra junto ao mar, recordo-me de ti."
"Porque tu és tu, Afonso..." (17.01.2009)
Why am I feeling if I were nothing? Nothing in this world, for me, to you, for everybody...
(coisas que estavam há algum tempo a precisar sair...)
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