terça-feira, 14 de fevereiro de 2012


"If the doors of perception were cleansed everything would appear to man as it is, infinite."
Aldous Huxley


    O que quer que se diga em relação ao Dia de S. Valentim, um facto é incontestável. Este dia não passa indiferente a ninguém, mesmo que se diga e se sinta que sim. O que quero dizer é que as pessoas se enganam a si mesmas. Que o nosso sistema psíquico funciona à base de forças positivas e negativas, e que a necessidade de amor e de carinho é universal, seja para quem o admite ou para quem o nega, mesmo que de consciência o faça. Porque é esquecida a dimensão maioritária que assume o nosso inconsciente: é por isso que as pessoas só vêem o que estão preparadas para ver; e só sabem que sentem quando estão preparadas para sentir. É irrefutável afirmar-se, pois, que sentem necessidade de amor quem o admite, mas essencialmente quem o nega.
    Infelizmente vivemos uma época em que se privilegia a dimensão pessoal e subjectiva de cada um, numa sincronia de egoísmos puritanos e desvalorização da grandeza do amor, da compartilha e do sacrifício próprio em prol de outrem. Cabe a cada um de nós enveredar pelos caminhos do auto-conhecimento, da auto-libertação, do amor - indo além da vulgaridade selada a estes sentimentos e à sua expressão -, pois muitos serão aqueles que, chegando ao final da sua vida, se vão consciencializar da importância que não lhes deram.

Afonso Costa

2 comentários:

paula disse...

E numa coisa tens razao este dia nao passa indiferente a ninguem. So acho engracado porque parece que nesse dia ha uma necessidade maior. Acho que quem tem necessidade de amor neste dia tambem vai ter noutros dias e quem ama neste dia tambem ama noutros como tal amem, demonstrem amor e declarem.se sem dias nem motivos. Digam o que sentem e o que vos apetece. E falo tambem de amizades nao tem mal nenhum chegares ao pe de um amigo num qualquer dia e dizer 'olha eu sou parva e chata mas gosto muito de ti' alias faz bem a ambos. Eu sou a favor do amor todos os dias e este dia parece.me excessivamente comercial, parece que as pessoas so se lembram do amor uma vez por ano e nao todos os dias.

Anónimo disse...

concordo tanto com isto Afonso *