segunda-feira, 25 de julho de 2011


"A arte é a auto-expressão lutando para ser absoluta."
Fernando Pessoa


     Escrevo porque as fontes jorram água. Destrinço sentimentos e olhares sobre este mundo numa espécie de conjuração das minhas emoções sobre a minha racionalidade. Uso-me dela para fazer jorrar as ditas palavras, para que fluam, depois de criadas na nascente do meu ser, tal e qual águas que irrompem de uma fonte, para o papel sobre a forma de visão coerente ou incoerente desta vida. Então, escrevo porque os rios correm. Inevitavelmente, porque às leis da gravidade me submeto, faço desaguar o que os meus olhos vêem e o que a minha pele sente no papel, assim como, pelos mesmos princípios, o rio desagua no mar. Por isso, escrevo porque o mar e os rios existem. Se não existissem, eu não seria, de modo algum, guia das minhas palavras, pois o único dono delas é o mundo que existe para que eu exista e o transforme pelas leis, não da física, mas da subjectividade. Assim, quando fotografo o mundo, estou a captar a minha essência. E quando escrevo, estou a captar o mundo, através da minha essência. É nesta narrativa que me transformo e integro o mundo no meu universo.

Afonso Costa

7 comentários:

Simone Oliveira disse...

Através da tua existência, escreves para o mundo, para te libertares .

Anónimo disse...

"Assim, quando fotografo o mundo, estou a captar a minha essência. E quando escrevo, estou a captar o mundo, através da minha essência."
Lindo!

Beijinhos

Lipincot Surley disse...

adorei a fotografia.
aos textos já estava habituado.

LS

Joana disse...

venero este blog *.*

catarina disse...

adoro a forma de escreveres !

Anónimo disse...

Parabéns pelo blogue, está muito bonito.

Mafalda Fernandes ♥ disse...

adorei o blogue irei seguir :)
beijinho