quarta-feira, 24 de julho de 2019



Minhas mãos esguias asseiam-me os olhos dormentes,
Deitado sobre um leito de crisântemos dolentes
Ramagem absorta sob sonhos destruídos.
E os meus olhos esbravejam contra rios contidos.

São versos tristes de quem não sabe ser feliz
Erguidos pelos braços trémulos de um petiz,
Como pedaços de vida morta, ao vento mofento
Ah! Foi-se tudo... Foi-se tudo num lento perecimento.

Tropeço em sonhos verdes no impudor
De não saber que nada é nosso.
Entreguei-me ao pássaro que voou
Num final de tarde caloroso.

E permaneço sombra vaga de ti,
Alimentando-me de sonhos de poetas
Dobrados na curva d’aquela estrada
Por onde perdi a alma que te entreguei.

Afonso Arribança

1 comentário:

Anónimo disse...

Palavras eloquentes juntas que fazem parecer um poema altíloquo mas vazio. Priberam a dar tudo.
Mas que grande paneleirice.