sexta-feira, 25 de julho de 2014



"O amor é grande e cabe nesta janela sobre o mar. O mar é grande e cabe na cama e no colchão de amar. O amor é grande e cabe no breve espaço de beijar."
Carlos Drummond de Andrade


És o que de mais indefinido e inseguro já alguma vez "tive" na minha vida. A bucólica imagem que tenho de uma relação que não sei de onde veio, onde está e para onde vai, leva-me a percorrer caminhos desconhecidos. Uma tímida insegurança percorre-me o corpo, que te deseja de uma forma inexplicável, criando em mim o medo de te ter pois a única coisa que sei é que não te quero perder.
Ao te abrir a porta da minha vida, tinha ainda as minhas verdades seguras. Porém, a tua falta de lucidez, a tua absurda loucura, que em tantos pontos se identifica com a minha, e extravagante felicidade que te rodeia, bem como a tua doce ingenuidade, colocaram à beira do precipício todas as minhas verdades.
Que teima a nossa em achar que a verdade é universal e indiscutível. Que as coisas são mais complexas do que na realidade são. O facto é que são as trivialidades que contam. Provaram-me as tuas, pequenos pormenores de uma alma que me conquista a cada dia que passa, sendo tu a primeira pessoa, no espaço de dois anos a fazer-me esquecer um passado que insiste permanecer fantasma. Paradoxalmente, conquistas, em modo proporcional, tanto do meu coração quanto do meu medo. Afundar-me nos teus olhos cor de mar é tudo aquilo contra o qual tenho lutado, não obstante, totalmente em vão.

Afonso Arribança

2 comentários:

Anónimo disse...

Está tão lindo :)
Adorei, tens muito jeito para a escrita, aliás, parece que és um autor.
Já publicas-te algum livro?
Adoro continua sempre, nunca desistas. Beijinhos*

BRISA DO MAR disse...

Tão lindo....