sábado, 25 de junho de 2011


"O tempo não pára! Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo..."
Mário Quintana


     É indiscutível que todos temos um caminho a percorrer nesta vida. Por vezes, temos a ligeira sensação de ter percorrido vários caminhos ao longo do tempo, tal é a farfúncia de situações que vivenciamos. Assim, o tempo vai correndo, abraçado à ténue visão de um passado que vai sendo empurrado pelo futuro. Durante esse tempo, no caminho que percorremos, colhemos as rosas e prosseguimos caminho. Um caminho que percorremos num curto espaço de tempo, sem dúvida, porque a vida pode ser mais do que a nossa passagem pela terra, mas essa, pelo menos essa, é definitivamente curta. Devíamos, pois, ter nascido com maiores capacidades de sentir as coisas - tão belas que podem ser se sentidas, ao invés de pensadas -, de perdoar e de contar a verdade... e abraçar mais, de encontrar mais ao invés de procurar tanto. Não seríamos, ainda assim, perfeitos, mas seríamos melhores pessoas sem dúvida, e poderíamos, também, se não fosse pedir muito, aproveitar mais bons momentos com as pessoas de quem gostamos, momentos que tantas vezes desperdiçamos... Acho que essa é uma das características mais marcadas no ser humano, a de sentir que as pessoas que gostam de nós, e de quem eventualmente gostamos, vão ficar para sempre connosco. E não vale a pena prepararmo-nos para as perdermos, porque nunca vamos estar realmente preparados. Há um tempo em que caminhamos colhendo as rosas e viver tão só basta quanto sobra. Há outro tempo, porém, em que as rosas que colhemos caem ao chão e viver só não basta. A vida torna-se, pois, um retrato adormecido no peito das nossas memórias. E é por isso que, nesses momentos, podemos e devemos abraçar quem precisa de um abraço. Essa pessoa pode ter perdido alguém, mas um dia vai chegar a nossa vez. Pois vai.

Afonso Costa

3 comentários:

joana disse...

adorei adorei! tão verdade

Ana disse...

='

Margarida Ferreira disse...

O tempo corre mesmo, e quanto mais tentamos agarra-lo, mais ele nos escapa por entre as mãos. Gostei muito das tuas palavras sinceras que tens neste blog, parabéns :) !*