"Já é vender a alma não saber contentá-la."
Albert Camus
Prontificas-te, no opóbrio que é a tua vida, ao ritual de saudação pela insanidade que os deuses te incutiram. De copo de champagne na mão, sorris ignobilmente para os homens da tua vida, aqueles a quem deste a conhecer o amargo sabor das suas lágrimas em prol da tela Picasso que é a tua vida. Ímpia, pinta-la como espelho da negridão do teu olhar, cheia de cores, mas tão submersa no preto das lágrimas alheias. Na iniquidade das tuas acções, devotas preces como notas que paguem o sangue com que manchas o chão que pisas. E do alto da tua sensualidade, oh imperatriz, compras a tua imagem como quem compra pastilhas elásticas. Mas quem sou eu para te julgar, espelho meu, que faço de mim aquilo que quero e não aquilo que os outros querem. Também eu, lucidamente insano, no silêncio contido ou nas palavras abstractas, sou tudo e sou nada!
Afonso Costa
8 comentários:
E assim se finda a alma.
Os teus pequenos textos têm sempre um cerne muito próprio e verdadeiro ^^
Beijinhos!
Gosto tanto de ler as tuas palavras.
Leio e releio...e não me canso
Gosto bastante de ler os teus textos!
Está muito bonito...
Como eu gosto de ler as tuas belas e suaves palavras que no seu interior enchem-se de sentimentos verdadeiramente puros e por magia dão-se a conhecer.
Beijinho *
sigo :)
«E do alto da tua sensualidade, oh imperatriz, compras a tua imagem como quem compra pastilhas elásticas».
Esta é daquelas citações que gostamos de guardar, que desejamos nunca esquecer.
«Também eu, lucidamente insano, no silêncio contido ou nas palavras abstractas, sou tudo e sou nada!».
E esta antítese está genial, afonso. Gostei muito do vocabulário também e adorei sentir o verdadeiro poder de femme fatale neste teu texto. *
está lindo. mesmo muito. beijinho
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