domingo, 13 de setembro de 2009


[Foto: Lisboa, 4 de Maio de 2009]

Em Lisboa desfaço promessas de amor eterno
No oriente, desfaço lençóis de sorrisos bordados
Em Alfama, lembranças de um beijo terno
E assim promessas de olhares trocados
Afonso Costa

Desfaço hoje, um ano depois, os olhares trocados no jardim daquele prédio no oriente, em que o castanho foi pincelado com o verde e da mistura se ateou o fogo eterno. Esse fogo, mais pequeno ou maior, existirá sempre, porque o grande amor de uma vida não se esquece.

No entanto, chegou a hora de colocar reticências... Por hoje chega, e repito, 'por hoje', porque não sei o dia de amanhã. Talvez um dia as nossas vidas se voltem a cruzar, mas por agora desejo-te as maiores felicidades com quem tu quiseres. Sempre me considerei um elemento da natureza, como o vento, como o mar, como a areia, deliro com a minha forma de ver a vida, amo sentir-me diferente, poder sentir a vida à minha volta, poder voar à minha maneira. Gosto de liberdade, orgulho-me de a poder ter e tenho um enorme gosto em poder voar no meu mundo fantástico que tantas vezes criticaste (mas que tão mais feliz me torna do que o teu a ti). Não vivo nunca mais por ninguém, não vivo pela sociedade, não vivo sabendo que outros existem. Quero viver por mim, sentindo-me e sentindo o que está à minha volta. Quero provar as maiores sensações que o mundo me pode dar, ser e sentir-me 'poeta' da minha vida, quero morrer sabendo que de tudo provei, e que não me poderei nunca arrepender de algo que não fiz. Aprendi, entre muitas, uma grande lição, a de que duas fortes personalidades dificilmente estarão juntas toda uma vida. O ódio, a par do amor, que me provocavas sempre ateou a chama que sentia por ti. Gosto de limites, e mais do que carinho, sentia (e sinto) desejo de ti, do teu corpo, porque sempre te vi como algo mais do que ser humano, como algo transcendental, completamente irracional, um objecto vivo com um grande poder sobre mim. Gosto de paixão, não gosto de amor. Gosto de loucuras, não de estabilidade. Prefiro mil vezes uma briga do que a inércia, pelo menos demonstra sentimento, demonstra garra. E foi sempre isso que senti por ti, um sentimento que não é só amor, não é só paixão, nem só ódio, nem apenas loucura, é a maior força que um ser humano pode sentir por outro. Algo tão forte como um furacão, como um vulcão ou um tsunami, algo que consegui sentir e gritar até ficar rouco no meio de uma tempestade – experiência única e pra toda a vida. Esse sentimento que é uma força da natureza, assim como somos nós os dois.

O sentimento perdura, mas as cordas que eu insistia em prender a ti, cortei-as. És livre, voa. E se um dia conseguires voltar, pode ser que ainda me encontres aqui, ou talvez por aí, pelo mundo.

Até logo ;

2 comentários:

Alexandra disse...

Deixa-a partir, mas não te esqueças de partir tu tambem :')
Brilhante como sempre, beijinho *

Por entre o luar disse...

Ai Afonso, é assim mesmo, se amas deixa livre, se não voltar é porque nunca foi realmente teu*

=) VIVE, SENTE , a vida espera-te, o tempo não, apressa.te, há tanto para viver*

BeijinhoOo