terça-feira, 21 de julho de 2009


Quando o dia decidira chegar ao fim e a luz das estrelas cedera o seu lugar à luz do sol, ele soube logo que estava na hora da brincadeira acabar. Fora um dia passado em família, um dia de brincadeira, divertido, e também um pouco cansativo, porém vulgar, como tantos outros. Apesar disso, não deixava de ser considerado especial. Ambos sabiam que nem um terço de um terço das famílias de todo o mundo teriam o privilégio da união familiar. Era um privilégio estarem juntos. Só os três! O pai, a mãe e o filhote.
Com a noite acabada de chegar, a lua instalou-se confortavelmente à esquerda dos três, deixando uma esplendorosa e límpida vista para um fascinante conjunto de biliões de estrelas.
- São bonitas – dizia o menino enquanto contemplava as estrelas.
O pai concordou – São… E estás a ver aquela ali? Aquela mais brilhante?
O menino assentiu.
Continuou – Aquela estrela é da tua mãe. Um dia o pai perguntou-lhe que estrela ela mais gostava, e a tua mãe respondeu que era aquela. E eu dei-lhe…
- Como…? – pergunta o menino, curioso, mas não querendo acreditar.
O pai soltou uma gargalhada, enquanto a mãe continuava calada, sorrindo – Como, não sei. Mas é dela. E um dia serás tu também a oferecer uma estrela a alguém.

O menino ficou calado, apenas rindo. Rindo, até que apenas um sorriso se instalou na sua cara. Os pais foram para dentro e ele ficou lá fora a olhar a estrela especial dos pais. Aquela família era perfeita, mas ele não tinha bem noção disso. Não poderia, ainda era cedo. A vida era tão “cor-de-rosa” e a sua visão dela tão centrada em si, como normal na idade, que, à partida, todas as famílias seriam exactamente assim, e todas estariam àquela mesma hora a observar as mesmas estrelas; o pai, a mãe e o filho.
Era Verão, e aquela noite viria a ser especial de todas as maneiras para o menino, que nunca a esqueceria, por mais anos que se passassem. Também ele sonhava em mostrar, um dia, aquela estrela ao seu filho, para que este, por sua vez, mostrasse ao seu filho e assim por diante. O sonho de que as famílias futuramente formadas a partir daquela fossem igualmente perfeitas como a sua.
Anos depois, o menino continua de olho nas estrelas. Todas as noites…

14 comentários:

Anónimo disse...

está tão bonito afonso*

Mara disse...

Tocante*

Um dia vou oferecer uma estrela a alguém*

qel disse...

duvido que não seja um menino feliz :) *

Marianita disse...

gostei muito =)

Rumo das palavras disse...

oh Afonso está fabuloso, adorei.
beijinhos

Porcelain disse...

Uma família perfeita... é uma família repleta de amor... a estrela que o menino viu... estava repleta do amor que emanava da sua família... a única fórmula para fazer um filho feliz... é sermos nós mesmos felizes... :)

Beijinhos!

Alexandra disse...

Nem sabes o que este texto significou para mim, especialmente no dia de hoje.

Beijinho Afonsooo *

Alexandra disse...

Nem sabes o que este texto significou para mim, especialmente no dia de hoje.

Beijinho Afonsooo *

Jessica disse...

Tão brilhante (e tocante) este texto (:

gostei!

(ah!, obrigada pelo comentário *)

Anónimo disse...

Gostei do texto :)

Era bom que todas as famílias fossem assim ..

Zita disse...

*.*

Gostava que me oferecessem uma estrela.
(Este fim-de-semana vi o céu mais estrelado da minha vida. Também estava com a minha família. Senti-me tão cheia. Cheia mas não farta...Cheia de vida. Precisam-se de momentos destes, de olhos no céu.)

*

Por entre o luar disse...

Gostei imenso do texto Afonsooo... =)

As estrelas dão-nos força... a mim dão***

beijinhoOos

. disse...

E tu? Já ofereceste alguma estrela hoje? Não? Porquê?

+.+

Laura Matos disse...

- Simplesmente lindo +.+

- As estrelas são ofertas, mas não são só isso, para algumas pessoas, enchem-nas de alegria de amor, de felicidade !