segunda-feira, 25 de maio de 2009

Sonho... Sensações


imagem: google

Morram as belas palavras que insistem em nascer da caneta que vai caindo vezes
sem conta no papel já amachucado de lágrimas, suor, raiva, frustração. São palavras
sem sentido, tão sem sentido. Palavras que são a transformação física de gritos
pensados, dos meus gritos sentidos na profundidade dos mergulhos que dou nas tuas
belas palavras de outrora, das histórias revividas, dos abraços sentidos e dos beijos
que demos e repetimos vezes sem conta, dos longínquos abraços que me davas quando
precisava - sempre foste mais forte que eu - ou vice-versa. Algo não está bem: sou eu
ou tu? Algo não está certo: o que acontece ou o que não acontece? Penso, "grito",
escrevo... E finalmente quando das lágrimas, cresce o cansaço... Adormeço.

Bates à porta. Eu acordo sobressaltado, assustado sem saber ao certo quem poderá
ser. Levanto-me rapidamente da cama para abrir a porta, ainda tonto por ter
acordado tão rapidamente. Abro a porta e, lentamente, levantas a cabeça, até que, no
meio da minha surpresa por te ver, cruzas o teu olhar com o meu.
- és tu!
- Bom dia!

Sorris, entrando dentro do quarto. Numa mão trazias algo embrulhado em papel de
alumínio e na outra uma garrafa de água.
- Trouxe-te o pequeno almoço. Sabia que poderias ter fome.

Pousas aquilo na cama e diriges-te a mim. A tua sensualidade atraiu-me o olhar,
mirei-te de baixo acima. E rapidamente te chegaste a mim... E kel manera ki bu tem.
Aquele verde olhar que tu bem sabes... Sem hesitar, beijas-me.
A tontura inicial deu lugar a uma excitação fora do vulgar àquela hora da manhã.
Momentos atrás estava a dormir, naquele momento dava por mim percorrendo o teu
corpo com os meus lábios, o teu pescoço, a tua cara, a tua boca... Abraço-te e agradeço
o gesto (que nunca esqueceria daí em diante). Deste-me um beijo no pescoço e disseste
que não teria que agradecer - Eu amo-te. Não queria que viesses aqui passar fome.
Naquele instante desisti de pegar no pão e na água e abracei-te. Tinha fome de ti. Tinha
"acabado" de te conhecer, mas já tinha tanta fome, sede de me sentir em ti, de te sentir
em mim. tchiga perto mi... Fica sempre asim. Atingimos o auge da loucura, despindo
roupas e preconceitos, racionalidade e noção da realidade à nossa volta. Tínhamos que
libertar a euforia dos nossos sentidos, a loucura reprimida pelo nosso inconsciente.
E por entre beijos, dizias que me amavas... Kel kiss ki bo gosta... Ki eu gosto. Eu venerava
a tua capacidade de me amar tão profundamente. Venerava cada gesto, cada palavra,
cada roupa que me despias, que eu te despia, cada beijo, cada parte do teu corpo, cada
vez que me sentia a pessoa mais feliz do mundo por estar do teu lado. Só isto interessava.
Só este auge de loucura, esta paixão desenfreada e veneração absurda de cada onda
de amor que os nossos corações libertavam. O suor caía testa abaixo, corpo abaixo,
e no final... vi o sol nascer.

Acordei novamente. Eu estava no meu quarto. À porta não estava ninguém, o pequeno
almoço não estava em cima da cama e, no telemóvel nenhuma mensagem de "bom dia
amor". Mas uma coisa estava presente ali no quarto... tão bem presente. Nem a força
do vento que voltou a soprar lá fora afastou o teu cheiro que perfuma o jardim do meu
eu. E o teu olhar ainda se encontrava no meu, eu não deixara de o ver: Verde, esperança.

Hum mas sabes que mais? Adorei o beijinho no pescoço. Nha cretcheu.

22 comentários:

U disse...

queres mesmo saber? é um sonho lindo, faz-me lembrar uma cena de filme.
Verde *.*

U disse...

«e no final... vi o sol nascer.»

- tinha que sublinhar que está um final fantástico!

Maria Francisca disse...

De nada. ;)
Adorei Afonso.
Beijinhos*

Shadow disse...

Viva!

Muito bonito o texto, o sonho, o momento, o que for.
Mas devo dizer que ao ler isto logo pela manhã e no local de trabalho, estive tentada a tomar um diche frio ;-))

Hummmmm, intenso...

Bjinho, não no pescoço ;-)

Brid disse...

Afonso, agr sou eu que te venero com este texto... Está perfeito, sentido literal da palavra, acredita!

Todos os promenores, descrições, adjectivações... se foi um sonho, então foi um sonho bem realista ^^

Beijinho*

Mara disse...

És tão suave. E tão apaixonado.
beijinho

Marta Rosa disse...

O teu livro favorito é.. *.*
AMEI!

Aubergine. disse...

Fantástico, adorei *.*

Intenso!

Beijinho Afonso *

Anónimo disse...

está tipo filme afonso +.+
fantástico.
beijinho*

Por entre o luar disse...

=) Está giro*

beijinhoO

P' disse...

Lindo :O

Tenho um desafio para ti no meu blog (:

Brid disse...

Epah, eu não me canso de ler isto *.*

Tani disse...

adorei o "verde-esperança" do fim.



Muito bom, vou seguir ;)*

A Coração disse...

que sonho doce de se ter.

Inês disse...

Nem te sei dizer o que sinto, ainda estou meia atordoada depois deste texto.
Afonso, está lindo!
Sem palavras * beijinho grande

Leto of the Crows - Carina Portugal disse...

Um texto lindíssimo, como sempre, recheado de emoção.

Adorei ^^

Bjs!

Lú Naíma. disse...

WOW ! Está fantástico, muito bem escrito (:

um beijinho

Ana Monteiro disse...

Um dia, vai acontecer!

*

Margarida disse...

está tão autentico e intenso :D

adorei!

e obrigada pelo comentário, beijinho

Porcelain disse...

Se tudo estivesse certo nada haveria a aprender... nada haveria a trabalhar... nada haveria a crescer... dois amantes não precisariam estar juntos se tudo estivesse certo...

Tenho visto poucos textos descrevendo actos de amor que não parecessem vulgares, que não caíssem na banalidade das frases feitas... mas acabei de ler agora mesmo um que me pareceu verdadeira obra de arte... e tantos escritores conceituados que me passaram essa desagradável sensação... que felizmente não senti aqui... :)

Se não sucedeu ainda, é porque se trata certamente de um vislumbre do futuro... ;)

Beijinhos... parabéns! :)

sympathy for the devil disse...

Lindo Lindo Lindo! :'
*****

Patrícia disse...

Meu deus *.*
Que textão *
Parabens mesmo (: