quarta-feira, 15 de abril de 2009

#3

O nosso amor é de papel (...) e no papel há-de ficar, para sempre escrito nas minhas palavras. E se um dia se transformar em qualquer outra coisa, será sempre numa outra forma de amor, porque o papel vem das árvores, mas o amor vem do amor e nunca morre, mesmo depois de cortado, prensado e transformado, porque amor é como plantar uma semente e tu já plantaste a tua no meu coração.

Margarida Rebelo Pinto



Ainda sonho com o dia em que, quando eu menos esperar, me voltes a chamar de amor e me digas que sou importante para ti, caso eu ainda seja de facto importante para ti e não mais um mero contacto de telemóvel, ou apenas uma pessoa que já foi especial, e também, caso o digas, que já não te incomode. Posso saber que sou importante para ti, mas raramente o demonstras, nem sequer te preocupas com isso. E por mais que eu me esforce por entender que relação é a nossa, juro que não consigo, porque para saber que relação é esta teria que saber como me vês (e isso tu não me deixas ver), porque como eu te vejo, tu sabes. Mais que isso, tu sabes isto tudo, e pareces não sequer querer saber. E como escrever é a única maneira de falar sem se ser interrompido, senti a necessidade de te dizer o quão importante és para mim (como se já não soubesses), e que, ao contrário do que me disseste, eu não vivo do passado.

Primeiro... Eu vivo daquilo que és para mim
hoje. Mas um facto é inegável, 8 de Setembro de 2008 foi talvez o maior terramoto da minha vida, cujas réplicas se sentem todos os dias, todos os minutos, todos os segundos da minha vida, e que sempre se sentirão. Nada é eterno, nada dura para sempre. Mas também nada termina por completo nesta vida. Na verdade, nem um furacão extingue tudo aquilo que por ele passa. Isto devia, sim, acabar, devia! Mas nem tudo o que deve ser, o é de facto, e isso nós sabemo-lo melhor que ninguém. Não escolhi ter-te conhecido naquela quente tarde de 21 de Agosto, muito menos esperava que aquela praia, no dia 8 de Setembro, ou os subsequentes momentos passados contigo eternizassem alguém dentro do meu coração.

Segundo... Censurares as minhas palavras quando o assunto se dirige àquilo que somos/fomos um para o outro é como me
cortares a respiração. Talvez eu seja aquilo a que se chama de viciado no amor, ou então talvez eu seja assim porque cresci envolto num ambiente em que se dá valor, acima de tudo, ao amor. Mas na realidade eu sinto necessidade de me exprimir, de dizer aquilo que sinto e aquilo que penso, e isso engloba poder dizer-te que te amo.

Então é por isso (é por isso!) que quando te vejo distante, deixo de pensar e acabo por dramatizar tanto o que talvez não mereça ser dramatizado. É que... no meio disto tudo eu confesso que te menti ao te dizer que não tenho medo de nada.

- Tens medo de alguma coisa?
- Hum... medo? Acho que não.
(virei a cara para o lado. Sentia-te tão diferente, distante... Vieram-me as lágrimas aos olhos)
- Afonso! - chamaste-me. Recusei virar a cara para aquilo não desse asas a uma nova conversa que não queria ter contigo naquele momento. Era tudo mentira, na verdade, eu tenho muito medo de te perder. Se sou ou não importante para ti já não sei, mas tu sim és demasiado importante para mim.

Por fim, encerro um capítulo. O que está explicado dificilmente será repetido.
O que foste, sempre serás, independentemente daquilo que sou para ti. O passado estará sempre demasiado presente, porque é nele que encontro esperanças de te voltar a ver... e sentir. E isso é muito muito importante para mim.

E
tudo isto porque no final de contas sinto-me bem por me teres dito, hoje, que estás feliz.

(com isto, tinhas de ser tu a receber a maior dedicatória até agora)